quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Market Look com Jacqueline Lafloufa

Meu bate papo de hoje é com uma profissional super conectada. Ela é jornalista digital desde 2009, escrevendo especialmente para publicações online como o site de criatividade Brainstorm#9, é curadora da seção BUZZ da Revista Galileu e é colaboradora no Tecnoblog.

Conversei neste Market Look com a Jornalista Jacqueline Lafloufa sobre etiqueta digital, conectividade, novas mídias e os famosos selfies como novo hábito cultural. Confira!!!

Market Look com Jacqueline Lafloufa

Blog do Fernando Coelho: Com a velocidade da informação proporcionada pelas plataformas digitais, o consumidor teve seu poder social potencializado. Como você enxerga as transformações culturais proporcionadas pelas redes sociais e como isso impacta os negócios do mundo?

Jacqueline: A conectividade proporcionada pela chegada dos smartphones e conexão de dados móveis foi provavelmente a última grande revolução do consumidor. Agora ele pode pesquisar preços de produtos a partir da própria loja física, ou pode escolher não sair de casa para fazer essa compra. Pode também conferir com seus amigos das redes sociais quais marcas são confiáveis, quais tratam bem seus clientes, respondem dúvidas e garantem a qualidade do produto.

Acredito que a junção de mobile, 3G e redes sociais deu ao consumidor um poderio enorme, e as empresas precisam aprender a não querer empurrar esse consumidor "para baixo do tapete", sumindo com reclamações ou dando respostas genéricas. É necessário atender de forma cada vez mais educada e sincera, sob pena de perder não apenas um cliente, mas toda a rede de influência que ele tiver. Ao mesmo tempo, há a parte positiva: cada consumidor é um potencial influenciador da sua rede, e uma postagem positiva, um elogio e uma indicação são valiosíssimas para as empresas. 

Blog do Fernando Coelho: Cada nova mídia que surge, junto nasce a polêmica sobre a morte de uma outra. Foi assim com o jornal, rádio e tv, agora é a vez da internet e mídias sociais (não tão novas assim). Segundo a Forrester, a partir de 2016 o investimento em campanhas digitais será maior que em tv. Qual seu olhar a respeito desta afirmativa?

Jacqueline: Sobre a primeira afirmação, não acredito nela. Mídias não matam umas às outras, elas surgem para atender às novas necessidades. A TV não chegou para matar o cinema ou o rádio, ela veio para atender a uma nova demanda. Assim também é com a internet e as redes sociais. Mídias anteriores precisam pensar em se atualizar/se adaptar aos novos tempos, aos novos interesses, senão irão mesmo definhar, não porque a 'nova mídia' a matou, mas porque ela deixou de ser relevante. Acerca de investimentos em campanhas, a Forrester tem uma das estimativas mais otimistas. Outras empresas de pesquisa, como eMarketer, Magna Global e BI Intelligence preferem manter estimativas mais conservadoras, dando conta dessa mudança da liderança de investimentos para 2017 ou 2018. Mas o ponto principal é que sim, haverá um determinado momento em que a internet será mais interessante como plataforma de anúncios do que a TV, pois suas possibilidades de direcionamento e segmentação, bem como a medição de ROI, são muito mais interessantes e assertivas do que a oferecida pela TV atualmente. Essa mudança se deve também ao crescimento de tempo gasto pela audiência em plataformas digitais, como a internet e dispositivos móveis. É importante, contudo, destacar que a TV não perderá a sua importância - a tendência é que ela deixe de ser a líder no recebimento de investimento de mídia, mas é bem provável que mantenha a vice-liderança.


Blog do Fernando Coelho: O social digital está deixando as pessoas mais antissociais?

Jacqueline: A culpa não é das mídias sociais, ou da internet, ou dos smartphones. A culpa é de quem se permite ser antissocial, e da nossa moral de convivência, cada vez mais permissiva, que autoriza, ou ao menos não reprime, quem usa do digital como barreira entre si e o mundo real. A internet ainda é uma novidade muito recente para a nossa sociedade - tem cerca de 20 anos no Brasil - o que faz com que não saibamos muito bem como lidar com o impacto dela nas nossas relações sociais. Acredito que dentro dos próximos anos vamos desenvolver uma espécie de etiqueta do digital. Assim como muitos de nós aprendemos que não se deveria ligar para a casa de alguém (no seu telefone fixo) depois das 22h, a não ser que fosse uma emergência, também vamos acabar, por tentativa e erro, aprendendo pequenas regras de etiqueta digital. Não podemos culpar nossas falhas de comportamento nas novas ferramentas.  

Blog do Fernando Coelho: E os famosos selfies? Como potencializar este novo hábito a favor das marcas?

Jacqueline: A Rosana Hermann disse certa vez que o selfie é o novo autógrafo, e eu concordo com ela. Durante as eleições, tivemos as "Rousselfies", fotografias dos eleitores com a presidenta, então acho que as marcas podem usar esse viés de autógrafo, de algo exclusivo e somente obtido pessoalmente, bem como as chamadas instamissions, fotografias temáticas, geralmente postadas no Instagram, que engajam a audiência, seja com selfies ou não.

Blog do Fernando Coelho: Qual seu Market Look? Qual sua visão de vida, de mundo e do mercado?

Jacqueline: Uma das coisas que aprendi nos últimos anos é que a grande sacada é não ter medo do novo, ter a paciência de compreendê-lo, analisá-lo, observá-lo e imaginar usos positivos dele dentro do cenário que precisamos. Portanto, acredito que nesse ambiente cada vez mais digital que vivemos, temos que nos esmerar em temer menos e experimentar mais, aprendendo com essa experiência e buscando acertar de novo, evitar escorregar no mesmo erro, e seguir em frente. Não é algo fácil, mas também é uma das minhas visões pessoais sobre a vida - não sabemos de muita coisa, e precisamos continuar em frente mesmo assim, tentando repetir os acertos e minimizar os erros. Acho que esse pode ser um bom norte para não esmorecer frente às dificuldades da vida, e também para conseguir aproveitar as oportunidades, seja na vida pessoal, na carreira ou nos negócios. 

BIO:

Jacqueline Lafloufa é jornalista digital desde 2009, escrevendo especialmente para publicações online. Além de editora no Brainstorm#9, site dedicado a assuntos sobre criatividade, inovação e propaganda, também é curadora da seção BUZZ da revista Galileu, blogueira do BrasilPost, colaboradora no Tecnoblog com matérias especiais, professora convidada no Comunique-se e consultora em mídias digitais. Integrou a equipe do Blue Bus, importante veículo do setor publicitário, durante 4 anos, chegando ao posto de editora executiva. Mediou debates em eventos como o youPIX e Campus Party em diversas edições e prestou consultoria para reportagens da TV Vanguarda. Nas horas vagas, faz traduções voluntárias de artigos que considera relevantes. Para saber mais: www.lafloufa.com

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sua marca é autêntica?


Hoje quero falar sobre autenticidade, mas antes, vou lhe perguntar: - a marca que você gerencia ou presta serviços, é autêntica?

Segundo dicionário da língua portuguesa, a palavra autenticidade se traduz como “natureza daquilo que é real ou verdadeiro”.

Agora, vamos refletir juntos. Quantas vezes prometemos entregar algo e não o fazemos? Gosto sempre de citar em sala de aula que existem basicamente três níveis de satisfação do consumidor: satisfeito, insatisfeito e encantado. Cada um destes níveis depende da verdade da marca, ou seja, autenticidade que ela age.

Uma empresa que projeta uma aura de autenticidade é aquela percebida pelos consumidores como verdadeira e sincera – o posicionamento da sua marca será formado também com base no nível de autenticidade. Na era digital a autenticidade torna-se mais crucial ainda, pois é fato que os consumidores utilizam as ferramentas midiáticas para socializar sua visão quanto às marcas que consomem.

Ser autêntico é cada vez mais importante à medida que os consumidores se tornam cético e desacreditado em relação a publicidade e ações de marketing. Segundo o escritor Pete Blackshaw, estamos entrando em uma nova era do marketing, na qual os consumidores avaliam as marcas com base num conjunto de critérios muito mais rigorosos, colocando na mesa seus próprios valores – ou até mesmo as causas que defendem.

Se você planeja que sua marca seja bem posicionada e reconhecida como uma marca autêntica, é fundamental pensar em três pontos:

     I.        Quais os valores da minha marca?
   II.        Minha marca é verdadeira e cumpre o que promete?
 III.        Minha marca possui uma causa instigante e focada na melhoria do mundo? (isso também é dever das marcas)

Pense nisso e sucesso!

@coelhofernando


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Market Look com Luiz Yassuda

Meu convidado de hoje trabalha com mídias digitais há 10 anos, com passagens por agências como Espalhe, Fischer, Riot e AG2 Publicis Modem. Com forte experiência no mercado, já atendeu clientes como Ambev, Samsung, Coca-Cola e Microsoft.

Confira minha conversa com Luiz Yassuda, fundador da Alma Beta, boutique de comunicação digital.

Market Look com Luiz Yassuda

Blog do Fernando Coelho: vamos começar falando de diferenciação de marca e produto. Hoje o Brasil está passando pela febre da gourmetização: a pipoca, a empada, o brigadeiro, tudo virou goumert e está mais caro. Qual sua opinião sobre essa estratégia de algumas marcas?

Luiz: Tudo o que é feito com exagero soa falso. Se toda a comida disponível de repente se tornar gourmet, então ela não será mais algo de destaque, certo? Faz sentido, já que a oferta de chocolate belga é menor do que a de comum, eu cobrar mais num produto que utilize tal matéria-prima, e faz sentido eu criar uma estratégia que justifique o preço sem precisar explicar economia. Em todo caso, seria ideal que todo esse discurso (ou storytelling) criado em torno do produto se sustentasse. Por exemplo: você confia que um determinado produto "gourmet" que tenha lojas em todos os shoppings e outros milhares de pontos de venda seja realmente um produto com matérias-primas raras e manufatura artesanal? 

Blog do Fernando Coelho: Hoje as marcas estão investindo mais em plataformas sociais digitais – praticamente todo budget contempla uma percentagem para o on. Como a marca consegue se tornar relevante no ambiente digital?

Luiz: O que é tornar-se relevante no ambiente digital? Seria estabelecer a página de Facebook com mais Likes? Ou seria transformar a Internet em seu canal de vendas mais lucrativo? Ou uma parte - importante, claro, mas parte - de uma complexa jornada de decisão, em que a marca teria conteúdo otimizado para buscas sobre o assunto? Tornar-se relevante no ambiente digital é o mesmo que tornar-se relevante em qualquer outro canal. As marcas, para conquistarem a tal relevância e pararem de torrar dinheiro em objetivos "wébicos" que não se sustentam deveriam se perguntar o que de fato elas precisam, o que seria tornar-se relevante para seu consumidor e se as diferentes ferramentas na Internet fazem sentido. E se fizerem, que o investimento seja feito de acordo com a necessidade, não com a campanha.

Blog do Fernando Coelho: Um dos princípios do marketing digital é a colaboração. Nossa sociedade é colaborativa por natureza, mas, as marcas estão explorando todo este potencial?  

Luiz: Você pode destacar um case ou outro, mas a impressão geral é que nenhum gerente de produto está disposto a realizar correções no que vende de acordo com o que o público oferece de insights. A parte boa é que isso abre espaço para iniciativas colaborativas diversas, financiadas por Kickstarter e similares. É pequeno ainda, mas é um cenário bem animador.

Blog do Fernando Coelho: Saindo um pouco da publicidade e misturando nosso bate papo com politica, você certa vez escreveu um texto falando que “grande mudanças não acontecem em um dia”. Em sua opinião, as pessoas estão mais criticas e com maior senso de responsabilidade social? Isso reflete nos hábitos de consumo? E como as marcas devem trabalhar neste cenário?

Luiz: Não tenho um pensamento tão otimista em relação às pessoas, de modo geral, terem maior consciência do que é ser cidadão. Este papel em relação à sociedade é muito confundido com o papel de consumidor. Se uma marca cria um selo "carbono zero", o consumidor tende a acreditar estar exercendo o seu papel de cidadão (reduzir as emissões de carbono para o futuro) consumindo, mesmo que seja consumindo gasolina (!!!). Se a iniciativa mexer diretamente no seu consumo, sai de baixo: aqui em São Paulo, vimos muita gente esclarecida vociferar barbaridades quando a prefeitura decidiu dar prioridade ao transporte público e às bicicletas, já que a iniciativa afetaria o trânsito dos automóveis. A grande mudança está acontecendo, mas ainda vai levar um tempo para que temas como consumo responsável de verdade e cidadania não soem como papo utópico de gente "meio-de-esquerda" como eu. As marcas trabalham nesse cenário da forma que deveriam trabalhar: vendendo comodidade e uma sensação de se estar fazendo "o bem". Deveriam fazer diferente? Serem mais responsáveis? Para fins de mercado, provavelmente não. 

Blog do Fernando Coelho: em uma frase, qual seu Market look? Qual sua visão do mundo e de mercado?

Luiz: Estou aberto às críticas e sugestões. Estou ainda mais aberto às mudanças e novidades. Espero que o mercado um dia esteja.

BIO


Luiz Yassuda trabalha com mídias digitais e sociais há 10 anos, com passagens pelas agências Espalhe, Fischer, Riot, Sinc Digital e AG2 Publicis Modem, e é fundador da Alma Beta, boutique de comunicação digital e produção de conteúdo, aberta em 2012. Neste tempo, atendeu clientes como Ambev, Samsung, Instituto Ayrton Senna, General Motors, Sanofi, LG Electronics, Coca-Cola e Microsoft. Formado em Comunicação Social pela ECA-USP, atua também como colaborador do Brainstorm9. 

domingo, 16 de novembro de 2014

Como utilizar o marketing digital para incrementar os negócios do varejo


É fato e não tem mais volta que a tecnologia da informação e comunicação tem trazido grandes impactos positivos para a vida das pessoas e empresas. Hoje somos cibridos, termo que significa a junção das palavras ciber e hibrido, ou seja, em outras palavras somos on off line ao mesmo tempo.

Você que está lendo este texto agora, pode ao mesmo tempo compartilhar uma frase retirada dele em seu Facebook – isso é cibridismo puro.

A convergência digital como um todo, vem modificado o modo como nos relacionamos com o mundo e é ai que temos uma gama de oportunidades dentro do varejo para nos relacionarmos e desenvolver negócios. Segundo a pesquisa The Digital Transformation, somente 36% das empresas possuem uma estratégia digital, um número ainda pequeno para o potencial de mercado.

Listo abaixo algumas oportunidades que você pode desenvolver independente se seu negócio é automobilístico, gastronomia ou qualquer outro:

Redes sociais – manter uma página no ambiente digital e gerar conteúdo relevante e direcionado ajuda sua marca a ser encontrada mais facilmente, e mais do que isso, é uma ótima maneira de se relacionar com seu cliente. Hoje várias empresas utilizam o Twitter ou Facebook como SACs digitais, por exemplo.

APP (Aplicativos) –  o consumidor hoje é mobile (móvel), ele faz tudo o tempo todo. Se sua empresa tem um aplicativos isso dá maior dinamicidade aos clientes, permite checar a situação de um pedido,  acompanhar processos, visualizar relatórios, entre tantas outras atividades – não importa qual o tipo de negócio, um aplicativo torna a vida do seu cliente mais fácil.

E-commerce – com o mundo cada vez mais veloz, o comercio eletrônico é mais uma forma de facilitar a vida do consumidor. Imagina comprar suas roupas, eletrônicos, cosméticos e até iniciar o processo da compra de uma casa ou carro pela internet? Isso é possível! O e-commerce permite facilidade no acesso a novos mercados e clientes, com reduzido esforço financeiro.

E-mail marketing – com essa ferramenta sua marca é entregue de forma direta e para pessoa certa. O custo do envio de e-mail é praticamente nulo e você consegue construir campanhas customizadas para cada tipo de cliente. A eficiência de leitura é de mais de 80%.

Existem muitas outras ferramentas digitais que você pode incrementar seu negócio com baixo custo. E então, que tal começar inovar hoje?

@coelhofernando


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Os 3.I’s para geração de ideias


Muitas vezes ficamos atordoados em busca de ideias diferentes – lemos anuais de criação, buscamos referencias em pesquisas, navegamos por blogs de publicidade e nada de uma ideia diferente chegar. É de fato angustiante.

Existem duas técnicas que são super simples (mas não simplistas) e eficientes: 

a) A primeira é o T.B.C
b)   E a segunda são os 3.I’s para geração de ideias

O T.B.C é a mais fácil de aplicar, o significado da sigla é “tire a bunda da cadeira”. Às vezes (quase sempre) ficamos presos as nossas maquinas, internet, escritórios, enquanto o mundo fora lá está acontecendo freneticamente – e as respostas para toda solução mercadológica está nas pessoas (no mundo). Então, para inovar, vá a campo, saia do seu escritório.

A segunda prática, chamaremos de 3.I’s para geração de ideias, que descreverei a seguir:

Inspiração – olhe para as pessoas, suas necessidades, dificuldade, desejos, sonhos. Olhe para o mercado. A resposta está lá. É sempre bom no desenvolvimento de uma campanha ou solução mercadológico conversamos com os clientes, observarmos seus hábitos e atitudes – a partir daí é possível extrair vários insigths.

Idealização – com base nas suas observações e vivências, elucubre propostas diferenciadas. Dedique um tempo para analisar o que foi observado e levantado, decodificando tudo isso em forma de ideias e conceitos sintetizados.

Implementação – por fim, desenvolva um projeto consistente, conceitual e técnico. Raimar Richers já dizia, “marketing é endender para atender”. Após tudo que foi levantando e traduzido, torna-se mais fácil agradar empaticamente o seu clientes.

Minha dica final é: para uma solução de fato criativa e coerente, é preciso tempo para observar o problema. Às vezes você é cobrado por inovação, mas não te dão tempo suficiente para produzir qualitativamente. A qualidade de uma solução está diretamente ligada o tempo dedicado ao estudo.

@coelhofernando