segunda-feira, 7 de julho de 2014

Look Market com Ivan Netto

Pensar business é fundamental para o profissional de Publicidade e Marketing, A grande questão da propaganda atual é: GERAR RELEVÂNCIA! E para conversar sobre o assunto, convidei Ivan Netto, Planejamento Estratégico do Banco Itaú na Sunset Comunicação.
Aprecie sem moderação.
Look Market com Ivan Netto
Blog do Fernando Coelho: as agências de propaganda deixaram de ser apenas geradoras de ideias e hoje precisam (nem sempre é assim) atuar nas soluções de problemas mercadológicos de seus clientes. Isso está acontecendo de fato e qual o grande gap?
Ivan: Sim e não. Agências são, acima de tudo, locais de criatividade, de ideias. Algumas agências já sacaram que estas ideias não são apenas relacionadas à comunicação, mas sim a todo o negócio do cliente. Comunicação pode sim solucionar desafios de negócio do cliente, como por exemplo, o Avião do Faustão, uma execução a quatro mãos da Agencia África, da P&G, da Globo e do próprio Faustão. Esta campanha colocou a P&G no mapa e trouxe resultados de negócio muito positivos para as marcas P&G. Para mim, o gap está em enxergar estas oportunidades, onde estas ideias que complementam negócios estão, além da coragem que toda inovação requer. Precisamos de óculos.
Blog do Fernando Coelho: o consumidor não quer hoje adquirir um simples produto ou serviço, ele busca mais: experiências. Falando especificamente do varejo, qual sua percepção quanto à atuação das marcas varejistas? Elas estão sabendo reter seus clientes e proporcionais experiências reais?
Ivan: Eu acredito que esta experiência sempre houve, um bom vendedor, por exemplo, é capaz ele próprio gerar uma experiência de compra excitante. A experiência no varejo é relativa, ela pode ser física (varejo tradicional) ou virtual (e-commerce), assim como a experiência de compra contemporânea é esquizofrênica. Eu acredito que no varejo nada nunca irá superar a experiência de se fazer um grande negócio, ou seja, o produto de desejo por um preço melhor que o esperado. Pois ao passo que a experiência é sim importante, o valor pago será sempre definitivo.
Blog do Fernando Coelho: Um texto recente da Miami Ad School retrata a publicidade da seguinte maneira: “ficamos pouco interessantes e nada confiáveis, as pessoas vem nos excluindo das suas vidas. Não as representamos mais.”. Em sua opinião qual a justificativa do consumidor achar a publicidade chata? E continuando, qual a solução? Rever o formato, alterar as mídias, co-criação?
Ivan: A justificativa é simples: no geral fazemos um trabalho ruim. A grande ideia, hoje é uma história que precisa ser contada, mas vivemos em uma época de superexposição de ideias e histórias, e são estes os verdadeiros concorrentes da propaganda. Quantas vezes durante os comerciais na tevê, recorremos às redes sociais, as histórias dos nossos amigos que realmente interessam? O brasileiro gosta de propaganda, mas da BOA propaganda. Recentemente tivemos os exemplos de boas histórias contadas por FIAT e Johnnie Walker que tomaram as ruas durante aquele Junho/Julho de 2013, que nos mostram isso.
Blog do Fernando Coelho: você trabalha com grandes marcas, antes de cada aprovação de campanha deve rolar alguns “nãos”. Como o criativo trabalha (e aprende) com as reprovações dos clientes?
Ivan: É difícil traçar um diagnóstico nesse sentido, pois os criativos não são previsíveis. E eles são bons no que fazem por causa disso. É preciso relativizar caso a caso, existem aqueles que se apegam à sua ideia ao ponto de mudarem a cabeça do cliente. Como também aqueles que encaram um "não" como um novo desafio para fazer melhor. Acredito que, acima de tudo, é como o "não" é colocado que define a reação do criativo. "Minha sogra não gostou" e "Não atende meu briefing por causa de X, Y e Z" são "nãos" bem diferentes.
Blog do Fernando Coelho: e para finalizarmos, em uma frase, qual seu Market Look? Qual sua visão do mercado, mundo e vida?
Ivan: No geral, creio que vivemos em nosso tempo um mundo novo, vibrante e mais exigente. Vejo as pessoas da minha geração mais inquietas que a geração anterior, e os mais novos mais ainda. A grande questão da propaganda atualmente: "Tem ou não tem relevância?" advém exatamente disso. Os desafios da nossa época são mais complexos, pois as pessoas estão mais complexas, mais autênticas e mais informadas. Eu acredito que as marcas de sucesso entendem esta complexidade e a simplificam de alguma forma, contando sempre uma boa história. Não há nada mais interessante neste mundo do que uma boa história.
MINI-CURRÍCULO:
Estrategista de marcas com conhecimento híbrido entre brand essence e brand experience, on e off line. Atualmente é Planejamento Estratégico da conta de Itaú na Sunset Comunicação, e teve experiências de trabalho em agências como Dentsu Brasil, Leo Burnett, AG2 Publicis Modem e Agencia África.

Nenhum comentário:

Postar um comentário