sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Muita Calma Nessa Hora

Trabalhar com pessoas é de fato um dom. Na empresa onde trabalho, possui um gestor excepcional, um verdadeiro líder, que merece todo reconhecimento pela forma como conduz situações, ele sempre diz que, quem não gosta de trabalhar com pessoas estará fadada ao fracasso e isso é a mais pura verdade.

Nas nossas vidas, pessoal e profissional, passamos por diversas situações desagradáveis, e a forma como se conduzirá essas situações é que determinará se você é ou não um bom líder (possuir senso de liderança). Muita gente erra ao focar no problema ao invés da solução, temos que entender que se um problema acontece, não o mudaremos, mas podemos conduzi-lo de maneira diferente do que se esperava a fim de minimizar o stress e solucioná-lo. A melhor maneira de resolver qualquer situação é analisar de maneira rápida, os prós e contras e se colocar na posição da outra pessoa. A parábola a baixo, A ARTE DE RESOLVER CONFLITOS, mostra muito bem o que estou narrando. Boa reflexão.

O trem atravessava sacolejando os subúrbios de Tóquio numa modorrenta tarde de primavera.
Um dos vagões estava quase vazio: apenas algumas mulheres e idosos e um jovem lutador de Aikidô.O jovem olhava, distraído, pela janela, a monotonia das casas sempre iguais e dos arbustos cobertos de poeira.

Chegando a uma estação as portas se abriram e, de repente, a quietude foi rompida por um homem que entrou cambaleando, gritando com violência palavras sem nexo.
Era um homem forte, com roupas de operário. Estava bêbado e imundo.
Aos berros, empurrou uma mulher que carregava um bebê ao colo e ela caiu sobre uma poltrona vazia. Felizmente nada aconteceu ao bebê.
O operário furioso agarrou a haste de metal no meio do vagão e tentou arrancá-la. Dava para ver que uma das suas mãos estava ferida e sangrava.
O trem seguiu em frente, com os passageiros paralisados de medo e o jovem se levantou.
O lutador estava em excelente forma física. Treinava oito horas todos os dias, há quase três anos.
Gostava de lutar e se considerava bom de briga. O problema é que suas habilidades marciais nunca haviam sido testadas em um combate de verdade. Os alunos são proibidos de lutar, pois sabem que Aikidô "é a arte da reconciliação.
Aquele cuja mente deseja brigar perdeu o elo com o universo.
Por isso o jovem sempre evitava envolver-se em brigas, mas no fundo do coração, porém, desejava uma oportunidade legítima em que pudesse salvar os inocentes, destruindo os culpados.
Chegou o dia! Pensou consigo mesmo. Há pessoas correndo perigo e se eu não fizer alguma coisa é bem possível que elas acabem se ferindo.
O jovem se levantou e o bêbado percebeu a chance de canalizar sua ira.
Ah! Rugiu ele. Um valentão! Você está precisando de uma lição de boas maneiras!
O jovem lançou-lhe um olhar de desprezo.
Pretendia acabar com a sua raça, mas precisava esperar que ele o agredisse primeiro, por isso o provocou de forma insolente.
Agora chega! Gritou o bêbado. Você vai levar uma lição. E se preparou para atacar.
Mas, antes que ele pudesse se mexer, alguém deu um grito: Hei!

O jovem e o bêbado olharam para um velhinho japonês que estava sentado em um dos bancos.
Aquele minúsculo senhor vestia um quimono impecável e devia ter mais de setenta anos...
Não deu a menor atenção ao jovem, mas sorriu com alegria para o operário, como se tivesse um importante segredo para lhe contar.
Venha aqui disse o velhinho, num tom coloquial e amistoso. Venha conversar comigo insistiu, chamando-o com um aceno de mão.
O homenzarrão obedeceu, mas perguntou com aspereza: por que diabos vou conversar com você?
O velhinho continuou sorrindo. O que você andou bebendo? Perguntou, com olhar interessado.
Saquê rosnou de volta o operário e não é da sua conta!
Com muita ternura, o velhinho começou a falar da sua vida, do afeto que sentia pela esposa, das noites que sentavam num velho banco de madeira, no jardim, um ao lado do outro.
Ficamos olhando o pôr-do-sol e vendo como vai indo o nosso caquizeiro, comentou o velho mestre.
Pouco a pouco o operário foi relaxando e disse: é, é bom. Eu também gosto de caqui...
São deliciosos concordou o velho, sorrindo. E tenho certeza de que você também tem uma ótima esposa.
Não, falou o operário. Minha esposa morreu.
Suavemente, acompanhando o balanço do trem, aquele homenzarrão começou a chorar.
Eu não tenho esposa, não tenho casa, não tenho emprego. Eu só tenho vergonha de mim mesmo.
Lágrimas escorriam pelo seu rosto. E o jovem estava lá, com toda sua inocência juvenil, com toda a sua vontade de tornar o mundo melhor para se viver, sentindo-se, de repente, o pior dos homens.
O trem chegou à estação e o jovem desceu. Voltou-se para dar uma última olhada. O operário escarrapachara-se no banco e deitara a cabeça no colo do velhinho, que afagava com ternura seus cabelos emaranhados e sebosos.
Enquanto o trem se afastava, o jovem ficou meditando... O que pretendia resolver pela força foi alcançado com algumas palavras meigas. E aprendeu, através de uma lição viva, a arte de resolver conflitos.

Um comentário:

  1. Cara passei para dar uma conferida , muito bom o blog
    ja estou seguindo

    visite > http://marlonhenriquefotografia.blogspot.com/

    Grande abraço.

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