sábado, 16 de março de 2013

Look Market com Paulo Coelho


Meu bate papo desta semana foi com uma referência de mercado, para ele temos SEMPRE que ter em mente que ninguém cria sozinho, e toda criação é uma releitura de algo que já foi feito. Meu convidado defende que precisamos de designer’s atrevidos a ponto de sugerir uma visão torta do mundo atual.

Conversei com o Especialista em Design Gráfico Paulo Coelho, Gerente de Projetos na Karuana Consultoria de Ideias.  

Aprecie sem moderação! Boa leitura!

Look Market com Paulo Coelho

Blog do Fernando Coelho: a criação de uma marca deve ser carregada de significados, muitas vezes o cliente final não entende exatamente o que se trata, mas o sente. O que influencia o seu trabalho na hora exata da criação?

Paulo: São tantos fatores que é impossível pontuar “A” influência. Dependendo do projeto a referência muda, as exigências mudam e até as conversas para gerar ideias chegam a inflamar ou mesmo sumir. Um designer que é apaixonado por ilustração tende a ver as soluções por uma ótica mais ilustrada, um profissional que é apaixonado por tecnologia consegue entender melhor as necessidade de um projeto com essa característica, e por aí vai. O que temos que ter em mente é que ninguém cria sozinho, e toda criação é uma releitura de algo que já foi feito. Isso mexe com o cliente final, que vê no discurso da identidade visual boa parte de suas referências expostas ali. Trocas são essenciais, bem como respirar fundo e levantar da mesa e (quem sabe?) tomar uma cerveja.

Blog do Fernando Coelho: Como você vê o cenário atual do design gráfico no Maranhão?

Paulo: É difícil precisar uma característica para o nosso mercado, mas pelo lado dos profissionais há um esforço tremendo para conciliar prazos curtíssimos e uma resistência dos clientes em investir em imagem. Temos oportunidades por todo lado, mas o bom trabalho de design não é percebido – ninguém olha pra uma sinalização bem feita e comenta como ela te ajudou a achar a seção de atomatados no supermercado. Por isso é muito difícil convencer alguém da importância do design, mas aprendemos a hierarquizar pontos importantes na hora de avaliar resultados, o que resulta em (dependendo do cliente) números e gráficos de resultados ou impacto de ações.

Blog do Fernando Coelho: O que distingue um bom designer de outro “comum”? Qual o tempero extra do Paulo?

Paulo: Basicamente comprometimento com o projeto. Um designer comprometido geralmente vai além de suas obrigações dentro do escopo designado e procura soluções onde acredita que pode melhorar. Muitas pessoas imaginam que a formação do designer é baseada em criação, mas é muito mais observação e proposição do que, de fato, mão na massa. Exemplificando, se há um projeto cujo brief possui alguma inconsistência (público pretendido, conceito diferente ou até mesmo o tom de voz da marca) cabe ao bom designer interferir e propor alterações cabíveis, em qualquer tempo do trabalho. Percepção seria a palavra aqui, pois não há como separar as competências de um projeto e tratá-las como peças individuais. Quanto ao tempero extra, acredito que seja dedicação. Esforço e exigência nunca são demais, pois o meu compromisso é com o projeto.

Blog do Fernando Coelho: Certa vez em uma entrevista Carlos Segura disse que na área de design, comunicação, criação é necessário coisas radicais. O que para o Paulo é uma concepção radical?

Paulo: O inesperado, certamente. É preciso ter certa loucura e vontade de mudar algo que ninguém pediu. Assim acontecem as excelentes ideias, as maiores mudanças e os projetos inesquecíveis. Ter um cliente que acredita no potencial e na solução do profissional e um designer atrevido a ponto de sugerir uma visão torta do mundo atual são, pra mim, os dois maiores ingredientes para uma concepção radical.

Blog do Fernando Coelho: em uma frase, qual seu Market look? Qual seu olhar do mercado, das pessoas e do mundo?

Paulo: Design é experiência

MINI-CURRÍCULO:

Graduado em Desenho Industrial e Pós-graduado em Design Gráfico pela UFMA, atua no mercado desde 2003 e é apaixonado por interfaces, game boys e The Clash. Acredita que todo projeto tem sua tipografia e atualmente é Gerente de Projetos na Karuana Consultoria de Ideias. 

 

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