terça-feira, 26 de junho de 2012

Look Market com Elirdes Rejane


Minha convidada de hoje do Look Market é um dos mais respeitados nomes da criação maranhense, há mais de 10 anos no mercado ela já respondeu pela comunicação de importantes contas publicitárias. O seu trabalho árduo faz com que ela durma todos os dias com a consciência tranquila de que deu o melhor de si. Para ela, de “santo e louco todo publicitário tem um pouco”!

Confira o look de Elirdes Rejane, Diretora de Criação da AG.10 Propaganda, publicitária de formação, professora de coração e criativa de corpo e alma.

Look Market com Elirdes Rejane

Blog do Fernando Coelho: Saiu por estes dias no Mundo do Marketing – “hoje, o consumidor busca entretenimento, aliado com opções de alimentação e serviços cada vez mais especializados em Shopping Center”. A AG.10 atende um nome de peso no segmento local. Qual o papel da criação na hora de representar e potencializar as forças do cliente (anunciante) junto ao público?

Elirdes: Sempre digo que, o que move a criação é a informação, essa é a matéria-prima para a realização de qualquer trabalho criativo, então quando temos informação, fica bem mais fácil potencializar os pontos fortes de um cliente. Recentemente propomos para o shopping a adoção do slogan “Venha se surpreender”, justamente porque a criação se apropriou de uma força percebida pelos próprios clientes e lojistas. A partir de pesquisas de observação, percebemos que as pessoas que visitam o shopping pela primeira vez se dizem surpresas com a estrutura, o tamanho, a variedade, os serviços, a praça de alimentação, enfim... com todas essas facilidades que o segmento reúne. Aliás, a Meio&Mensagem, acho que foi em abril ou maio, publicou uma matéria que falava que estes segmentos (alimentação, serviço, lazer e entretenimento) foram responsáveis pelo crescimento de quase 10% das vendas dos shoppings centers no último bimestre, segundo Abrasce, o que ratifica a importância de potencializar esses diferenciais na comunicação e reforça o quanto é importante a informação e a habilidade de apresentá-la de forma criativa, numa linguagem mais clara, direta e objetiva. 

Blog do Fernando Coelho: Vocês atendem uma concessionária que é referencia no mercado local, na hora de publicitar, todos do segmento estão praticamente no mesmo horário (nobre, por exemplo). Como a criação consegue diferenciar a marca, ainda mais se tratando de varejo?

Elirdes: Concessionária é realmente um segmento bem complicado, porque as fábricas de automóveis investem na construção de imagem da marca e dos produtos, e cabe à revenda fazer “o serviço sujo” (brincadeira), o varejo. Então, temos que comunicar condições, prazos e outras facilidades de pagamento, de forma criativa e com prazos super apertados... ou seja, fazer milagre! Mas, eu sempre digo que de “santo e louco todo publicitário tem um pouco”, aí a gente consegue. Pra esse cliente a gente desenvolveu uma linguagem própria, com elementos textuais e visuais que fortalecem sua imagem e identificam a sua comunicação, assim a gente já consegue alguma diferenciação usando uma linguagem conceitual mesmo para campanhas de varejo. Existem outras concessionárias que também conseguiram criar essa identidade e eu acho isso muito bom, porque a gente assiste e percebe de quem é o filme antes mesmo da assinatura, é claro que ainda existe muita “gritaria”, mas o mercado está evoluindo. No caso do nosso cliente, nós temos um dos melhores desempenhos do país, nosso share (no mercado local) é maior do que o share da marca no Brasil, então acho que estamos fazendo um bom trabalho, junto com o marketing da empresa, não é à toa que estamos com eles há 10 anos. 

Blog do Fernando Coelho: Lembro-me de uma frase sua, no primeiro período de faculdade: “o menos é mais”. Sandro Magaldi diz que uma das maiores ambições  que um executivo pode ter é pautar suas ações pela simplicidade. Como convencer clientes de varejo a seguir esse conceito?

Elirdes: Na verdade o cliente quer que a agência entenda que menos é mais. Ele quer que a agência gaste “menos” pra fazer “mais” (risos), e tem que ser assim mesmo. A agência precisa sim maximizar a verba do cliente, mas pra isso a gente precisa ter liberdade de maximizar também o nosso potencial criativo. Uma vez eu estava numa reunião com um cliente de varejo do segmento de sapato e nós estávamos vendo alguns vídeos que ele fazia fora daqui (vulcão explodindo, planeta caindo na terra, carimbo na tela etc...), aí eu tirei o áudio da TV e a gente ficou só vendo as imagens e ele disse: “o que houve, que silêncio é esse?” e eu respondi, viu só, às vezes o silêncio pode chamar mais atenção do que todos esses efeitos sonoros. Enfim, é difícil. Às vezes a gente consegue, às vezes não, o importante é não desistir do mercado, porque se nós desistirmos não vamos poder reclamar amanhã, porque não fomos capazes de fazer a nossa parte. Durmo todos os dias com a consciência tranquila de que dei o meu melhor.

Blog do Fernando Coelho: Coerência e feedback das marcas é fundamental. O que você achou do posicionamento da gerente de marketing do Mc Donald’s canadense que elaborou um vídeo sobre cuidado estético com o produto que será fotografado em comparação com os vendidos na loja?

Elirdes: Sempre digo que consumidores não compram produtos compram expectativas de benefícios e nós somos os responsáveis por apresentar este benefício para o mercado, portanto, quanto mais verdadeiro ele for, menor é a possibilidade de desapontamento. Rousseau, pensador francês, disse: “a verdade não reside primeiro no pensamento, mas no sentimento, na intuição imediata, no coração.”, inspirado nisso Stalimir Vieira escreveu o livro “O que o coração não sente os olhos não veem”, um livro que não é sobre marca, mas sobre reflexões éticas na propaganda e no marketing, nele Stalimir afirma que o consumidor mais cedo ou mais tarde percebe os verdadeiros valores/atributos de um produto, e eu concordo. Uma outra frase que adoro usar é “a melhor forma de acabar com um produto ruim, é fazendo boa propaganda” (essa é minha), porque assim muitas pessoas vão experimentar, vão constatar que o produto não atende a expectativa prometida e teremos diversos multiplicadores falando mal do produto/serviço, além disso, essa atitude compromete a credibilidade da atividade publicitária. Acredito que, para a criação, o argumento verdadeiro ajuda na construção de um discurso publicitário mais eficaz, isso é mais honesto com todos. 

Blog do Fernando Coelho: Em uma frase – qual seu look market? Qual seu olhar do mundo, da vida e do mercado

Elirdes: Tente, ouse, faça. O máximo que vai acontecer é nada e nada é o que já está acontecendo.
(é meio confuso, mas eu entendo e tento me motivar, motivar meus alunos e quem está ao meu redor.)

Mini-currículo

Publicitária de formação, professora de coração e criativa de corpo e alma. Graduada em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (1ª turma do Maranhão); Pós graduada em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas; Pós graduada em Docência do Ensino Superior pela Fundação Getúlio Vargas; Diretora de Criação da AG10 Propaganda há 11 anos; Professora Universitária há 7 anos.

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